quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poema para ninguém saber

Como invejo aqueles que podem escrever declarações
Meus poemas cheios de entrelinhas, estrelinhas longe a admirar
Poemas meus, teus, que não podem se mostrar

Oh, como lamento não poder falar o teu nome
Um nome que é a poesia e a oração
Uma oração feita em silêncio, contemplando o céu

Mas no fundo, explícitamente, depende de quem lê
Te enxerga em cada palavra
Porque digo pra ti mesmo sem dizer

Sem versos, sem poesia, sem você
Assim escrevo poemas como uma teimosa que não pode escrever. Mas escreve.
Sinto que não posso deixar de fazer de você o motivo e a razão de cada verso

Mas ninguém pode saber desse poema
Ninguém pode saber daquele encontro
Ninguém pode saber que encontro o poema em você. E você.

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